quinta-feira, 8 de julho de 2010
Dilma sabia do programa radical apresentado pelo PT
Para tucanos, ex-ministra precisa esclarecer quais são suas reais intenções
O programa de governo, protocolado pelo PT na segunda-feira no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que prevê temas como controle social dos meios de comunicação, tributação de grandes fortunas e atenta contra a propriedade privada, levanta dúvida sobre a real intenção da candidata oficial à Presidência, Dilma Rousseff (PT).
Ao contrário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que conseguiu controlar a ala radical do seu partido, Dilma já mostra disposição em fazer concessões a essa parcela do PT. Conforme noticiou a imprensa, a ex-ministra não só tinha conhecimento da versão polêmica do programa, síntese do documento denominado "A grande transformação", aprovado no Congresso Nacional do PT, em fevereiro, como rubricou as suas 19 páginas.
Após causar desconforto entre os aliados da petista, o projeto foi substituído ainda na segunda-feira por versão menos acalorada. Nos bastidores, os políticos consideram o remendo pior do que o próprio ato. De acordo com a assessoria da candidata petista, ela assinou a versão radical sem ter lido uma única linha do documento.
Na avaliação do deputado Luiz Carlos Hauly - PR(foto), o texto retirado revela o lado fascista do PT. "Uma ala radical do PT quer um governo parecido com o da Venezuela, país íntimo do governo brasileiro. Sem dúvida, o ato merece repúdio das pessoas preocupadas com a democracia, mas, principalmente, de toda a sociedade brasileira", avalia.
O deputado Gustavo Fruet (PR), líder da minoria, acredita que o momento é de esclarecer as dúvidas, não estimular pontos de interrogação na cabeça do eleitor, como tem feito a candidata petista. "A candidata oficial tem de se posicionar, esclarecer ao eleitor sobre o que ela pensa", afirma.
Disposta a evitar o debate e o confronto de idéias com seus adversários, Dilma não parece se comover com as dúvidas. De acordo com editorial do jornal O Globo, publicado nesta quarta-feira, "mais do que nunca, é imperioso Dilma Rousseff participar de debates, expor com clareza, o que pensa sobre questões-chave".
PONTOS POLÊMICOS
A defesa dos itens polêmicos não é nenhuma novidade. O projeto traz temas já defendidos em documentos como a terceira edição do Programa Nacional de Direitos Humanos, criticado por avançar sobre as liberdades de expressão e da mídia e por aumentar a participação do Estado nas relações empresariais, trabalhistas e judiciais.
O projeto levanta dúvida sobre o verdadeiro posicionamento da ex-ministra, se ela apóia ou não o controle da imprensa, e se ela é contra, como já foi, aos critérios de estabilização da economia, como o chamado tripé da econômica: câmbio flutuante, meta de inflação e o ajuste fiscal. Em fevereiro, no seu congresso nacional, o PT tinha esboçado a intenção de acabar com esses critérios, que, aliados ao Plano Real, garantiram a estabilização da economia.
Em relação aos movimentos sociais, a versão inicial se comprometia a revogar atos do governo Fernando Henrique Cardoso que inibem as invasões e estabelecem punições para os invasores, tirando da Justiça o poder de julgar invasões de terras tão logo elas ocorram. O assunto foi retirado da segunda versão.
A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais foi outro item presente na primeira versão da proposta. A candidata do PT, partido que sempre se disse defensor dos direitos trabalhistas, havia se negado a defender a redução da jornada de trabalho.
(Agência Tucana)
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