domingo, 13 de março de 2011

Desabamentos isolam cidades


Desde o início da manhã, equipes do Corpo de Bombeiros fazem o resgate de moradores da comunidade rural de Floresta, pertencente a Morretes, localizada no km 18 da BR-277. Muitas casas da vila foram levadas pela força da enxurrada e até o Posto de Saúde do local foi destruído. A única forma de chegar à comunidade é de helicóptero. Os moradores estão sendo retirados e levados até a rodovia e depois encaminhados para o Centro de Aprendizagem e Integração (Caic), em Paranaguá, onde recebem alimentos.

Os primeiros bombeiros chegaram ao local, por terra, ainda na sexta-feira, mas com a chuva que atingiu a região na madrugada não conseguiram retornar e permaneceram no local durante toda a noite, junto com os moradores. Os sobreviventes contaram que só não foram levados pela enxurrada porque ficaram juntos, em um criadouro de cabritos, que fica em um ponto isolado das residências de Floresta. Juntos, aproximadamente 60 moradores ficaram esperando socorro só neste ponto da colônia.

Às 18h30, 144 pessoas já haviam sido resgatadas em diferentes pontos de Floresta e outras duas no Morro Inglês. Seis helicópteros – três dos bombeiros, um da Polícia Rodoviária Federal e dois particulares – realizaram as buscas, que serão retomadas na manhã de domingo. Segundo os bombeiros, é difícil precisar quantas pessoas ainda estão no local já que, a cada voo, novas pessoas são localizadas.

A moradora Edileuza Maria dos Santos, de 46 anos, contou que já houve enchentes no local, mas nunca alagamentos e quedas de morro nestas proporções. ”Eu tinha casa às 14h10 e às 14h20 eu não tinha mais”, conta. Segundo a moradora, o local ficou irreconhecível após a chuva.

Uma das primeiras a ser resgatada foi Maria Ermelina Alvez, de 68 anos. Ela estava visitando a filha, que mora na comunidade. Ela contou que choveu durante toda a sexta-feira (12) e houve muitos deslizamentos de terra, que arrastaram árvores. Ivanilde Xavier de Almeida, de 31 anos, que é moradora da localidade, disse que teve de se agarrar a um botijão de gás para não ser levada pela força da água.

A primeira tentativa de resgate aos moradores de Floresta ocorreu por terra, na manhã deste sábado. A reportagem da Gazeta do Povo acompanhou o trabalho dos bombeiros que tentaram chegar ao local por meio de uma trilha pela Estrada Novo Mundo, mas após 600 metros de caminhada tiveram que interromper os trabalhos por conta das fortes chuvas. Um grupo de oito pessoas conseguiu deixar a colônia após caminhar por cerca de duas horas nesta trilha. Roberto João Artei, de 57 anos, deixou a casa a pé ao lado da mulher e dos filhos quando achou que os helicópteros não dariam conta do resgate.

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