terça-feira, 11 de janeiro de 2011
CEM vê vazamento como causa remota; Prefeitura de Paranaguá discorda
A Prefeitura de Paranaguá discorda da avaliação dos técnicos do Centro de Estudos do Mar da UFPR e continua investigando vazamento químico no porto como causa da morte de toneladas peixes.
A divergência deu a tônica da reunião realizada nesta segunda-feira (10), na prefeitura com todos os órgãos envolvidos na investigação do aparecimento, nas baías de Paranaguá e Antonina, de toneladas de peixes mortos entre os dias 27 de dezembro e 3 de janeiro.
De acordo com nota técnica divulgada pelo CEM da Universidade Federal do Paraná ao final da reunião, estão descartadas duas das quatro hipóteses levantadas inicialmente: doenças e contaminação pelas toxinas de microalgas encontradas na região.
Os técnicos também consideram remota a possibilidade de vazamento químico. Segundo o CEM, a causa mais provável e que deve ser investigada com maior afinco é o descarte de peixes por alguma embarcação.
A nota também é assinada pelo Ibama, IAP, Polícia Ambiental Força Verde e Coordenadoria da Defesa Civil.
Vazamento no porto
Para a Prefeitura de Paranaguá, o vazamento ainda é uma das causas mais prováveis, ao lado do descarte criminoso. “As duas hipóteses têm o mesmo peso”, afirmou o vice-prefeito Fabiano Elias. Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, o presidente da Federação das Colônias de Pescadores do Estado do Paraná, Edmir Manoel Ferreira, tem a mesma opinião.
“Paralelamente às pesquisas do CEM, a Prefeitura de Paranaguá fez o encaminhamento de três quilos de manta de contenção usadas num vazamento que ainda não explicado. Desta análise foram encontrados produtos químicos nocivos à saúde”, informa o site do município.
O secretário de Meio Ambiente de Paranaguá, Paulo Emanuel do Nascimento Júnior, informa que no dia 27 de dezembro houve um vazamento de produto químico entre os berços 214 e 217 do Porto de Paranaguá.
Barcos pesqueiros
A prefeitura acredita que a hipótese de vazamento químico estaria sendo descartada porque foi encontrado um barco pesqueiro. “Porém, este barco pesqueiro é de camarão e não de peixes, o que descarta a possibilidade de descarte, pela incapacidade de volume de carga e tipo de embarcação”, diz a prefeitura.
Para o CEM, "mesmo que análises adicionais nos organismos afetados venham a mostrar a presença de algum contaminante químico, não seria possível relacioná-la a um único vazamento ou evento de contaminação e atribuí-la como a causa da mortalidade da sardinha-xingó". Segundo a nota técnica, o fato de atingir particularmente essa espécie também diminui a possibilidade de contaminação química.
Sem muita convicção, os técnicos do CEM continuam investigando possível contaminação por vazamento de amônia. O resultado deve ficar pronto próxima quinta-feira.
O trabalho do CEM, Força Verde e Ibama vai se concentrar nas informações sobre as embarcações que circularam entre 28 e 30 de dezembro na região. A Polícia Federal também entrou no caso.
Foto: Prefeitura de Paranaguá
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Faltou o crédito para o Correio do Litoral.com e para o autor da matéria.
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